A utilização de sementes híbridas é já uma habito frequente entre horticultores e jardineiros. Contudo, na Natureza, a produção de híbridos é uma constante entre as plantas devido à polinização cruzada. Basicamente, um híbrido consiste numa nova planta que surgiu como resultado da polinização cruzada entre duas plantas da mesma espécie.
Aqui no jardim tenho algumas plantas que são muito propensas a criarem híbridos. É o caso das aquilégias, das dedaleiras, das helleborus, ou das phlox. Entre as hortícolas, o caso também é muito comum. Plantas como as alfaces, os tomateiros, os feijões, os pimentos e toda a famílias das curcúbitas (abóboras, courgettes, melões, melancias, pepinos, etc) são muito propensas a cruzarem-se entre si com a ajuda dos polinizadores (abelhas, borboletas, etc) e a criarem novas variedades.
Claro que, com alguma prática, podemos dar uma ajuda à Natureza e criar novas variedades. Basta seleccionar plantas da mesma espécie que tenham certas características que se pretendem ter numa planta futura, retirar pólen de uma das flores e polinizar a outra. E, assim, passarão a ter variedades únicas no jardim que não existem em mais lado nenhum do mundo. Eu, pessoalmente, no que toca a flores, gosto de esperar por uma boa surpresa no ano que vem. Este ano, coloquei uma aquilégia branca de pétala simples junto de uma aquilégia dobrada cor-de-rosa. No prórimo ano irei colher a semente de ambas e, quem sabe, talvez me apareça uma aquilégia branca de pétalas dobradas ou uma aquilégia de pétalas simples matizada de rosa e branco. A ver vamos.
Mas por agora, a surpresa deste ano são as Phlox drummondii. No ano passado tinha apenas 4 cores: branco, amarelo/manteiga, rosa claro e rosa escuro. Este ano, a variação de cores é fenomenal. Existem até flores lilases. Pergunto-me como o lilás lá terá ido parar. Não há dia em que me canse de olhar para elas. São fabulosas.