Dou por mim frequentemente a imaginar a Primavera como uma filha do Inverno que, cansada dos gélidos ventos, dos céus escuros e das paisagens despidas e descoloradas, se revolta contra a austera frieza que o Inverno impõe à terra.
E, sorrateiramente, ela escapa dos laços frios do Inverno e, com um gentil toque de graciosidade, revela nos céus os primeiros raios de sol há muito contidos, acalma os ventos e polvilha a paisagem com cores, vida e perfume. Mas porque a Primavera é jovem e, por vezes, acanhada, o Inverno, ainda não completamente vencido, tende, por vezes, num derradeiro esforço, a lançar novamente os seus ventos e a escurecer a terra com as suas nuvens.
Contudo, o seu tempo passou. Os dias pertencem agora aos céus azuis, ao sol luminoso, às àguas que cantam nas fontes, às florestas novamente vestidas de verde e aos prados adornados de cores e aromas. Por agora o Inverno está contido. Contudo, ele voltará, pois não há força nem magia neste mundo que o afaste para sempre.
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Narcissus bulbocodium |
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Anemona blanda |
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Crocus tommasinianus "Barr's purple" |
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Leucojum aestivum |
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Hyacinthus orientalis "Anastacia" |
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