quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Exemplos de uma economia mais comunitária

Falar sobre economia comunitária é um assunto que me é cada vez mais querido. Daí que, na publicação anterior, tenha partilhado aqui este tema por gosto, mas também com a intenção de espalhar a ideia pela importância que ela tem. 

Talvez agora se perguntem na percentagem de produtos locais que as nossas lojas e mercearias têm à nossa disposição. Possivelmente mais poderia ser feito. Claro que em Portugal já há boas iniciativas. Existe o programa PROVE e, mais recentemente foi criada a REDE AIA por um grupo de cinco aldeias do país que pretendem a valorização económica dos seus saberes e produtos locais. 

Não muito longe de nós, a economia comunitária já é uma realidade comum do dia-a-dia. Eis alguns exemplos: 

Na Escócia, a padaria comunitária de Dunbar surgiu da crença dos habitantes de que a produção local de pão é fundamental para o futuro sustentável da comunidade. Hoje, a padaria é propriedade de mais de 700 habitantes locais, e continua o seu trabalho de produção de pão artesanal de elevada qualidade e criando postos de trabalho dentro da comunidade. 

Em Yorkshire, na Inglaterra, a Jo Campbell, para além de ter uma horta invejável, vende os seus legumes aos restaurantes locais que apreciam a qualidade e frescura dos produtos da terra. Aqui está ela num dos episódios do Gardeners' World. Mas ela também não se fica por aí. Ela compra aos artesãos locais alguns materiais de que necessita. 

Também em Manchester existe agora uma cooperativa de produtores, a Manchester Vegpeople, que trabalha com os restaurantes da cidade para disponibilizar legumes frescos produzidos localmente. 

No Natural Veg Men os produtores utilizam técnicas biológicas e pouco intensivas em energia para disponibilizarem produtos sazonais frescos para a sua comunidade.  

Big Barn ajuda os consumidores em todo o Reino Unido a encontrarem alimentos de elevada qualidade junto de produtores locais.  

Ainda no Reino Unido, um dos meus heróis da jardinagem, o Alan Titchmarsh, em conjunto com a Waitrose, vão oferecer kits de sementes às escolas locais. Os produtos produzidos pelos alunos serão posteriormente vendidos por eles nos supermercados locais da empresa.

Se quiserem saber um pouco mais, podem ver este artigo do The Guardian que consegue dar uma boa panorâmica sobre a efervescência da economia comunitária no Reino Unido. Vale a pena ler.  

É verdade que boa parte destas iniciativas partem do sector agrícola. Mas não tem de ser apenas assim. Numa comunidade activa todos têm lugar, e os seus saberes são inestimáveis para o desenvolvimento de uma economia local próspera. 

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